Agilidade é sobre fazer rápido? Como utilizar Agile UX e desenvolver melhores produtos
Nesta página: Pesquisa sobre Agilidade, Lean e Agile UX para o 1º Procenge Agile Week.
O material escrito abaixo foi elaborado por mim baseado em uma pesquisa de aprofundamento da apresentação no Procenge Agile Week. Também colaboraram Pedro Pereira, Lídia Cavalcante e Fernando Fernandes.
Metodologias ágeis
Escrito pela primeira vez em 2001 por 17 profissionais, o Manifesto para Desenvolvimento Ágil de Software sempre foi flexível e colaborativo. Baseado na construção através de validação contínua do cliente ao invés de focar apenas em requisitos técnicos.
A especialização não era o problema principal, mas a colaboração era. À medida que o movimento Ágil amadurecia, íamos adicionando especialistas à medida que aprendemos a integrá-los às equipes ágeis. Isso não quer dizer que ter um conjunto mais geral de habilidades não seja muito valioso, mas em nosso mundo complexo ainda há necessidade de especialização.
— Jim Highsmith, um dos autores originais do Manifesto, no prefácio para o livro Agile Experience Design: A Digital Designer’s Guide to Agile, Lean, and Continuous.
Conceito
São metodologias cujos processos se dão através de:
- etapas de desenvolvimento mais curtas;
- objetivos claros e bem definidos;
- foco na melhoria contínua dos processos, e;
- alinhamento da equipe e feedback constante.
Esses métodos buscam transformar os processos de trabalho engessados e garantir maior fluidez no desenvolvimento dos projetos.
Valores
- Indivíduos e interações sobre processos e ferramentas;
- Software de trabalho sobre uma documentação abrangente;
- Colaboração de cliente pela negociação de contrato, e;
- Responder a mudar durante a seguir um plano.
Objetivos
As metodologias para resolver:
- Etapas de produção muito longas;
- Problemas com definição de entregas;
- Comunicação falha entre as equipes, e;
- Desalinhamento de informações entre o time interno e os clientes.
Ciclos
Há diversas metodologias que pregam agilidade, há características comuns, na maioria delas há ciclos constantes e etapas definidas garantem maiores resultados.
A imagem abaixo está representando 3 ciclos, todos eles formados por etapas incrementais e ordenadas em:
- Análise e desenvolvimento de requisitos;
- Elaboração dos entregáveis de design;
- Codificação desses entregáveis;
- Testes com o intuito de garantir que os requisitos foram desenvolvidos com sucesso;
- Implantação/Integração da funcionalidade no ambiente de produção;
- Revisão/Retrospectiva dos acontecimentos para aprender com os erros e melhorar a assertividade nos ciclos futuros.
Com os conceitos declarados, vamos passar para o assunto principal.
Princípios do Agile UX
“Agile UX ou UX Ágil é o processo de construção de produtos digitais em que o time de designers e desenvolvedores trabalham em paralelo”
Flávio Santana em 10 princípios do Agile UX
1. Experiência do Cliente (CX)
O consumidor deve ser o guia para construção de regras de negócios, sendo assim, a experiência de um produto ou serviço deve ter o contexto associada ao cliente. Será dele resposta para um produto, assim, a experiência que os consumidores finais são mandatórias para definir um produto de sucesso.
2. Mudanças tecnológicas e sociais
As tecnologias não devem definir o andamento dos projetos. A solução deve ter seu contexto sempre pautado nas mudanças sociais. Profissionais com papéis de UX devem sempre projetar considerando mudanças e transformações nos comportamentos dos consumidores, projetar para se antecipar aos novos contextos.
3. Entregas frequentes
Entregas incrementais e assertivas, porém, não perfeitas. O perfeito é uma construção muito custosa e demorada, assim as entregas menores e com mais valor ao produto devem ser o foco da equipe. As correções em pequenas entregas também são mais eficazes!
A preocupação dessas pequenas entregas deve ser com foco em não comprometer os usuários e recursos, além do prazo.
4. Colaboração adaptativa
A dinâmica de cada projeto difere, já que há fatores ambientais e mercadológicos envolvidos. Ao enfrentar um desafio, pode ser necessário a ação de um especialista, mas é comum que esse problema seja compartilhado e o grande grupo relacionando ao projeto se reúna a fim de identificar o erro, aprender com ele e corrigi-lo.
Ainda sobre colaboração adaptativa, Alexandros Paramythis e Susanne Loidl-Reisinger definiram como colaboração adaptativa:
[…] processo de aprendizagem que envolva a comunicação entre várias pessoas (a interação social) e, potencialmente, à colaboração para objetivos comuns […]
5. Construção de projetos em torno de indivíduos motivados
A manutenção de estruturas com o intuito de motivar a equipe é de extrema importância. A organização deve manter o esforço financeiro, estrutural ou cultural mesmo após a identificação de alguma falha no processo, mas essas mudanças devem acompanhar o ROI.
6. Comunicação assertiva
Utilizar ferramentas como Teams, Slack, Discord, Adobe XD ou Figma ajudam a construir um ecossistema mais dinâmico, forçando a documentação e o feedback entre os indivíduos nas equipes, evitando ruído e centralizando a informação e facilitando a consulta.
7. Excelência na experiência para o sucesso
O consumidor final tem que entender o valor do seu produto, o “wow moment“ tem que certeiro. Não dá para dar doses homeopáticas de boas experiências com o intuito do usuário compreender o valor da solução. Esse entendimento tem que ser nos primeiros momentos de uso, só assim, a solução está sendo direcionado ao sucesso.
8. Desenvolvimento sustentável
A atualização ao longo da vida de uma aplicação ou produto tem que ser balanceada para que usuários antigos sejam contemplados e os novos sejam surpreendidos. Os novos recursos deverão sempre aumentaram o engajamento no uso e consumo da aplicação, ou seja, o equilíbrio entre usuários existentes e novos deve ser um dos motores de novas funcionalidades.
9. Excelência técnica é relativa
Nem sempre soluções tecnicamente excelentes podem ser fundamentais para mercados onde soluções consideradas obsoletas sejam utilizadas. Está tudo bem em usar soluções “defasadas”.
Exemplificando, pequenas empresas, instituições sem fins lucrativos ou instituições educacionais nem sempre precisam de “melhores” requisitos técnicos para funcionamento, porém multinacionais talvez precisem da melhor tecnologia disponível do mercado.
10. Simplicidade
“Quanto menos, melhor”, o famoso jargão não se aplica agora, nem sempre o simples é a realidade do usuário, das organizações ou necessidades técnicas. A atenção deve ser em não esquecer as necessidades do projeto.
11. Time autogerenciado e multifuncionais
As panelinhas prejudicam demais, especialistas precisam se comunicar, comunicação é tudo! Ela deve dever utilizada para que a assertividade e a agilidade aconteçam de maneira eficaz.
A motivação profissional é o princípio para o autogerenciamento, assim além de indivíduos autogerenciáveis, deve existir um ambiente e o suporte necessário para desenvolver as atividades, além de existir confiança na qualidade e responsabilidade individual dos integrantes do time.
12. Equipes adaptáveis e flexíveis
Aprender o que os consumidores necessitam e quais tecnologias exigem são os motores para o desenvolvimento de soluções longevas.
As necessidades do cliente nunca se baseiam em uma única abordagem, sempre deverá haver uma leitura do usuário final, necessidades dos negócios e das tecnologias. Adaptações nos processos devem ser consideradas.
A diferença entre o Lean UX e Agile UX
Existe uma mistura dos conceitos entre Lean e Agile. O texto do Fabrício Teixeira traz muita clareza na diferenciação entre os conceitos. Utilizando o gráfico abaixo, disponibilizado no DesignModo por Jerry Cao e traduzido por mim de maneira livre, há uma representação do uso de Design Thinking, Agile e Lean UX.
Lean UX: […] um processo iterativo de construir algo, receber feedback sobre o que foi construído e na sequência pensar novas ideias que incorporarão o feedback recebido no produto.
Agile UX: […] mistura de métodos ágeis e UX, onde UX Designers e Desenvolvedores trabalham lado a lado para fazer o protótipo do produto tomar forma.
Fabrício Teixeira, “A diferença entre Lean UX e Agile UX (e a importância dos protótipos no design)“
Lean UX
- Aplicações dos métodos + construções baseadas em construir, medir e aprender.
- Times de UX + Negócios + Desenvolvedores trabalhando juntos.
- Métodos
- Inspirado no método de trabalho de startups.
Agile UX
- Integra o profissional de UX na metodologia de desenvolvimento ágil.
- Times UX + Desenvolvedores trabalhando juntos.
- Metodologias.
- Inspirado no manifesto ágil forçando a crescer devido à grande popularidade do Ágil.
Referências do texto
Links
- Wireframing & Prototyping: The Past, Present, and Future, Jerry Cao
- Facilidade de uso na prática — Desenvolvimento ágil de UX, Charles B. Kreitzberg e Ambrose Little
- A diferença entre Lean UX e Agile UX (e a importância dos protótipos no design e Lean UX: método de trabalho ágil para User Experience Design, Fabrício Teixeira
- Descubra com o Agile UX como projetar aplicando a metodologia ágil e UX, Alícia Emanoele
- O que é agilidade e 9 mitos sobre isso, Merle Randlepp — Obrigado Google Tradutor 🤗
- What Does Agile Mean in Software Development and Why Do You Need It? A Guide in 15 Pictures
- 12 princípios do Agile UX, Flavio Santana
- Adaptabilidade em apresentações paralelas multimídia: trajetórias de aprendizagem temporais, Manuel Constantino Zunguze
Livros
- Lean UX, Jeff Gothelf; Josh Seiden,
- Sprint, Jake Knapp; John Zeratsky; Braden Kowitz
- Não Me Faça Pensar, Steve Krug
- O Design do Dia a Dia, Donald A. Normam.
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