Imagem mostra duas pessoas trabalhando juntas no planejamento da interface de um aplicativo mobile. Elas estão interagindo com protótipos de baixa fidelidade desenhados em papel, com componentes visuais como caixas de imagem, ícones e elementos de navegação típicos de apps. Um dos participantes segura um papel com um elemento visual, enquanto o outro aponta para a tela com uma caneta, indicando alguma parte do layout. Na mesa, também é possível ver uma simulação de dispositivo e várias peças de papel colorido representando diferentes partes do fluxo do app.

10 lições que todo designer de produto deveria saber (e aplicar)

Nesta página: Anotações de estudo com 10 aprendizados sobre UX, usabilidade, testes, métricas e produto digital, com exemplos e aplicações práticas.

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Ao longo de estudos recentes com materiais focados em UX, produto digital, mobile, métricas e lançamento, reuni 10 aprendizados fundamentais. Eles não são fórmulas mágicas, mas sim guias práticos para evitar decisões baseadas apenas em opinião — e começar a operar com mais estratégia, empatia e resultado.

1. UX ruim custa caro

Quando o problema real do usuário não está claro, o produto tende a ser construído em cima de suposições. Isso gera retrabalho, desalinhamento de expectativas e, claro, prejuízo. Em contextos de TI, até 50% do tempo dos times pode ser gasto com refações quando há falta de clareza no escopo. A solução passa por descobrir o “porquê” antes do “como” — e envolver o time todo nesse entendimento.

Exemplo: formulário de cadastro mal estruturado pode gerar quedas de 40% na conversão. E a culpa não está no botão, mas na lógica e na falta de pesquisa.

2. Pesquisa de usabilidade gera retorno

Segundo o conteúdo estudado, projetos que destinam apenas 10% do orçamento para pesquisa (entrevistas, testes, jornadas) podem gerar até 83% de aumento em KPIs como conversão, retenção e engajamento. Embora não haja citação direta à fonte externa no material, essa estimativa é compatível com dados de estudos de Nielsen Norman Group e Forrester Research em anos anteriores.

Exemplo: um site que realiza testes rápidos com usuários antes de lançar uma nova funcionalidade pode identificar erros de navegação, falhas de entendimento e expectativas quebradas. Corrigir isso com antecedência é mais barato do que depois da produção.

3. Comportamento mobile exige design direto

Usuários acessam smartphones várias vezes ao dia, mas por períodos curtos. Em contrapartida, tablets são utilizados com menos frequência, mas por mais tempo. Esse comportamento influencia diretamente o design: mobile exige foco, clareza e caminhos curtos até o valor.

Exemplo: um app de delivery deve exibir logo de cara o botão “Refazer pedido”, pois isso representa o comportamento mais comum dos usuários recorrentes.

4. Ágil é sobre foco, não sobre pressa

Scrum e Squads funcionam quando o foco está em entregar valor continuamente, e não em criar um monstro de funcionalidades. A lógica de limitar o trabalho em progresso, promover feedbacks constantes e ajustar rápido é o que gera agilidade real.

Exemplo: time que limita as tarefas em andamento a 3 ou 4 por ciclo tem mais clareza, menos gargalos e entrega mais valor do que um time que tenta “abraçar tudo”.

5. Empatia não é só escutar — é sentir

A empatia vai além de aplicar entrevistas com usuários. Significa compreender e internalizar a dor real, mesmo que não seja sua. Isso guia decisões mais humanas, relevantes e centradas em valor.

Exemplo: app de saúde mental que escuta seus usuários pode entender que frases motivacionais ajudam, mas o que realmente salva vidas é um botão de emergência com acolhimento rápido.

6. Métricas sem ação são vaidade

Se a métrica não serve para orientar decisões, ela é ruído. Medir DAU, MAU, churn ou NPS só faz sentido quando conectamos esses dados a ações de melhoria, experimentação ou reposicionamento.

Exemplo: acompanhar o número de logins por dia pode indicar uma queda de uso, mas isso só serve se, ao identificar o problema, você agir — por exemplo, revisando o onboarding ou a frequência de pushs.

7. Testar é mais valioso do que estar certo

Evite o HiPPO (Highest Paid Person’s Opinion). Teste A/B, entrevistas, validações com protótipos e testes exploratórios geram dados reais para tomar decisões informadas.

Exemplo: duas versões de um botão geram opiniões divergentes no time, não há motivo para guerra: rode um A/B test e deixe os usuários decidirem.

8. ASO é fundamental (App Store Optimization)

Mais de 60% dos usuários não passam das duas primeiras imagens do app nas lojas. Isso torna o design das screenshots, a escolha das palavras-chave, o título e os reviews tão estratégicos quanto o próprio código.

Exemplo: use imagens que simulem o uso real do app nas duas primeiras posições da galeria da loja — com legendas claras, benefícios explícitos e contexto de uso.

9. Lançar sem plano é suicídio digital

O lançamento deve ir além do “deploy”. Ele exige mensagem clara, canal certo, segmentação de público, plano de buzz, apoio de marketing e estratégia de avaliação pós-lançamento.

Exemplo: a Uber, no lançamento do Uber@nytime, criou uma narrativa clara: “sem tarifas dinâmicas, mais previsibilidade, com vantagens para usuários frequentes”, distribuída via push, redes sociais, e-mail segmentado e post de imprensa.

10. O funil AARRR ainda é atual

O modelo AARRR (Aquisição, Ativação, Retenção, Receita, Referência) continua sendo uma bússola prática para entender a saúde do produto. Ele mostra onde estamos perdendo valor e ajuda a tomar decisões por etapa.

Exemplo: se você atrai muitos usuários, mas eles não retornam, seu problema está na retenção. Não adianta investir mais em anúncios — o foco deve estar em entregar valor logo no primeiro uso.


No fim das contas, criar produtos digitais relevantes não é sobre seguir tendências ou acumular frameworks. É sobre tomar decisões melhores — com base em contexto, dados, empatia e colaboração. As lições que compartilhei aqui são fruto de observação prática e estudo contínuo, e podem ser adaptadas a diferentes realidades de produto, seja em startups, varejo, plataformas ou serviços internos.

Se você atua com UX, produto, ou liderança de times de design, espero que esse conteúdo tenha te ajudado a refletir sobre onde investir sua energia. E se está começando, saiba: o melhor que você pode fazer agora é aprender a fazer as perguntas certas.

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Esse texto foi publicado lá no meu perfil do Medium.
Me seguir por lá, vai ser bacana 🫶

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